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A PAUSA QUE CURA: quando o fim do ano pede silêncio e verdade

  • há 1 hora
  • 4 min de leitura
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“No silêncio entre um ciclo e outro, existe um território sutil onde o corpo respira, a alma se escuta e a vida encontra espaço para se renovar.”




Existe algo profundamente simbólico nesta época do ano. Não é apenas o calendário que termina: é como se o corpo, a alma e a história de cada mulher fossem convidadas a revisitar o caminho percorrido.

Fim do ano não é simples.

É um tempo onde o clima externo, luzes, rituais, encontros, expectativas, desperta climas internos igualmente intensos.

Há quem sinta alegria. Há quem sinta exaustão. Há quem esteja atravessando lutos silenciosos. Há quem deseje apenas que tudo passe logo.

E nenhuma dessas vivências é sinal de fracasso espiritual ou emocional. É apenas o corpo respondendo ao movimento natural dos fins.


A verdade somática dos encerramento, nos diz que antes de a mente refletir, o corpo sente.

O peito aperta.

A respiração oscila.

A nostalgia visita.

A memória emocional desperta.

Encerrar um ano ativa camadas profundas de experiência: vínculos, perdas, conquistas, expectativas frustradas, partes nossas que mudaram, partes que se despedem.


O corpo sabe que está chegando o momento de recolher-se.

Fim de ano é biológico, psicológico, energético e espiritual. Por isso é tão intenso.


Vivemos um dezembro saturado de imagens perfeitas: mesas fartas, encontros, viagens, famílias sorrindo, conquistas ostensivas.

Mas o que quase ninguém mostra é o cansaço, as dúvidas, o medo do futuro, o luto por algo que não se concretizou...

A comparação social, especialmente nestes dias, acentua a sensação de inadequação. Como se houvesse uma obrigação de estar feliz, “antes que o ano acabe”. E então, quem está triste sente-se ainda mais triste por não corresponder ao clima coletivo.


A cura começa quando percebemos: não existe um modo certo de atravessar dezembro.

O fim de um ciclo acende na consciência o que evitamos durante o ano.

O silêncio revela.

A pausa amplia.

O tempo reduzido nos convida a perceber o que adiamos sentir.

E isso pode despertar:

– saudade de quem já não está 

– frustrações acumuladas 

– a dor do não vivido 

– a dúvida sobre o que vem 

– a sensação de cansaço profundo


Tudo isso é humano, e digno de acolhimento.

Então, há um momento, antes do recomeço de um novo ano, em que o mais sábio a fazer é… parar. A pausa não é um abandono, é um retorno ao essencial.

É nesse espaço de quietude que o corpo encontra fôlego para reorganizar emoções, que a mente desperta, que o coração abre espaço para algo novo.


E é nesse lugar de pausa que trago algumas reflexões terapêuticas para este ciclo:

1. Aceite suas emoções. 

Não existe emoção errada. Existe apenas o que o seu corpo está tentando comunicar.


2. Não fique presa ao passado. 

Honre o que foi, mas permita-se olhar para o que está nascendo agora.


3. Cuide mais de você.

Diga não quando for preciso. Crie pequenos rituais de descanso e prazer. Alimente corpo, alma e espírito.


4. Transforme frustrações em direção. 

Toda dor contém uma informação sobre onde seu caminho deseja ir.


5. Seja generosa consigo mesma.

Comparações são sempre injustas.

Você está fazendo o possível com o que teve, com o corpo que carrega, com a história que viveu.


Após esse momento de reflexão você pode fazer um exercício somático para acolher o seu fim de ano

- Feche os olhos.

-  Coloque uma mão no peito e outra no ventre.

E pergunte ao seu corpo:

  • O que deste ano ainda me dói?

  • O que deste ano ainda me nutre?

  • O que posso soltar?

  • O que merece nascer?

  • De que cuidado eu mais precisei e não recebi?

  • Como posso me oferecer isso agora?


- Respire fundo.

- Sinta a resposta surgir não como pensamento, mas como sensação.

- Você pode anotar as respostas ou apenas senti-las por alguns instantes.


Não apresse o seu processo, pois dezembro pede doçura. E todo ciclo que se fecha traz em si uma oportunidade de recomeço. Mas antes de recomeçar, é preciso honrar o caminho percorrido, recolher aprendizados, cuidar das feridas e permitir que a alma respire.


Que este fim de ano não seja uma cobrança, mas um convite.

Que seja menos sobre metas e mais sobre verdade.

Menos sobre expectativa e mais sobre presença.

Menos sobre fazer e mais sobre sentir.


A virada do ano não é um portal mágico que apaga dores ou cria soluções imediatas. Ela é, porém, uma oportunidade simbólica poderosa:

- de recomeçar com mais consciência,

- de escolher com mais verdade,

- de caminhar com mais inteireza,

- de resgatar partes suas que ficaram esquecidas ao longo do caminho.


Permita-se encerrar este ano com honestidade, sem a obrigação de estar bem, sem o peso de corresponder ao clima festivo externo.

Seu corpo sabe quando é tempo de recolher.

Sua alma sabe quando é tempo de florescer.

E entre um e outro existe o intervalo mais potente do caminho: a pausa que cura.


Que o seu dezembro seja um espaço de descanso, lucidez e ternura. E que o novo ano encontre você mais próxima de si mesma, mais fiel ao que sente e mais comprometida com o que a nutre. E que cada recomeço parta, antes de tudo, do seu próprio centro.



Fico feliz que tenha chegado até aqui!

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Espalhar consciência e afeto é sempre um bom caminho.


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Maria Cecília Fagundes Brasil 

-Psicóloga Clinica | CRP 08/37354
-Psicoterapeuta de Mulheres
-Especialista em Psicoterapia Somática | Saúde Integral
-Especialista em Trauma e Estresse Pós-traumático
-Atendimentos Online

Para me conhecer melhor acesse: https://www.ceciliabrasil.com/psicologademulheres


O corpo guarda memórias que só podem ser libertadas quando encontramos um espaço de confiança e presença."

(David Boadella)


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PSICÓLOGA & PSICOTERAPEUTA
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