NOSSO CORPO CARREGA MEMÓRIAS
- Maria Cecília Fagundes Brasil
- 7 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de fev.

"O corpo guarda o que a mente tenta esquecer—cada cicatriz, cada tensão, cada suspiro é uma memória silenciosa pedindo para ser escutada."
Estudos da neurociência tem demonstrado que nossas memórias afetivas caminham junto com as memórias do corpo.
Isso significa que memórias emocionais dolorosas, quando não olhadas, sentidas e processadas, também ficam registradas no corpo.
Para aqueles que não tiveram o direito de sentir e serem vistos, pode ser mais fácil reconhecer a dor física do que a dor emocional.
Essas dores muitas vezes vêm acompanhadas de tristeza, ansiedade, medo… traumas sem nome. E quase todos nós carregamos algumas.
O corpo é o campo de batalha dos nossos conflitos internos—passado, presente e futuro; pensamentos, sentimentos e ações.
Se é verdade que o corpo paga o preço das feridas abertas pela vida, também é verdadeiro que uma relação mais saudável consigo mesma e com os outros (onde o amor e a segurança emocional atuam como curativos) pode minimizar os custos emocionais do passado. Isso facilita a construção de um verdadeiro "sentido do eu"—sentir-se mais plenamente.
O nosso corpo tem memória
Nosso corpo guarda todas as memórias emocionais. Ao longo da vida, inevitavelmente atravessamos momentos difíceis e dolorosos. Nessas ocasiões, buscamos estratégias para seguir em frente: aprendemos com a experiência, ajustamos nossas escolhas, priorizamos certas relações e ignoramos outras. Assim, conseguimos continuar, apesar das cicatrizes.
No entanto, essas estratégias, por si só, nem sempre bastam. Isso porque o impacto emocional cria uma sobrecarga neuropsicológica que não se dissolve sem um processamento adequado. Para isso, existem abordagens terapêuticas do trauma, que ajudam a desbloquear essas memórias e a restaurar o equilíbrio interno.
O cérebro não se deixa enganar
Por mais que tentemos esquecer, o corpo lembra. Quando algo não foi devidamente elaborado, ele ativa um sistema de alerta, pedindo ajuda. Esses sinais podem se manifestar de diversas formas:
- No corpo: dores de cabeça, tensão muscular, problemas gástricos, úlceras, secura na boca, asma e outros sintomas físicos.
- Na emoção: reatividade exagerada ou, ao contrário, frieza emocional e apatia, entre outros sintomas.
Por isso, é essencial prestar atenção ao que o corpo expressa: tremores nas pernas, um nó na garganta, tensão muscular, impulsos de fuga, bloqueios emocionais ou até mesmo a sensação de não sentir nada.
Às vezes, esses impulsos se manifestam em comportamentos compulsivos: excesso de trabalho, obsessão por limpeza e ordem, exercícios em excesso, jogos, redes sociais, sexo, pornografia, compulsão ou restrição alimentar, abuso de álcool e tabaco. Muitas dessas ações tentam compensar necessidades frustradas por longos períodos. Quando a ajuda necessária não chega, o ciclo se perpetua—e o corpo continua pagando o preço.
Ignorar os sinais do corpo pode resultar em problemas de saúde a longo prazo, desde doenças crônicas até transtornos psicológicos mais profundos. Por outro lado, quando começamos a compreender que nossas dores físicas podem estar relacionadas a emoções não resolvidas, abrimos espaço para um processo de cura.
Práticas como meditação, yoga, técnicas respiratórias, respiração consciente e exercícios físicos, assim como a Psicoterapia Somática | Corporal ajudam a liberar emoções reprimidas e restaurar o equilíbrio. O toque, o movimento e a conexão com o próprio corpo são caminhos essenciais para transformar dor em consciência.
O corpo pode ser um campo de batalha, mas também pode ser um lugar de cura.
Tudo Está no Corpo
O corpo pode contradizer nossas palavras. Alguém pode dizer: "Isso não me afeta, já está resolvido", mas sentir um aperto no peito, os olhos marejados, a voz embargada, a respiração entrecortada.
O corpo sempre tem razão. Ele lembra até mesmo o que nossa mente esqueceu.
Por isso, olhe para suas dores.
Pergunte a si mesma:
O que estou sentindo?
Quando foi a primeira vez que senti isso?
Se for difícil demais enfrentar sozinha, procure ajuda.
Você não está só.
Fico feliz que tenha chegado até aqui!
Comente se fez sentido pra você e compartilhe com quem precisa.
Gostou do conteúdo e ficou interessada em saber mais? Siga acompanhando nosso blog e fique por dentro de todas publicações.
Aproveite e se escreva para receber as postagens direto no seu e-mail.
Clicando no link abaixo:
Com carinho,

Maria Cecília Fagundes Brasil
-Psicóloga Clinica | CRP 08/37354
-Psicoterapeuta de Mulheres
-Especialista em Psicoterapia Somática | Saúde Integral
-Especialista em Trauma e Estresse Pós-traumático
Para me conhecer melhor acesse: https://www.ceciliabrasil.com/psicologademulheres
"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta."
Comments