PREVENIR É ESCUTAR: um olhar terapêutico para o Setembro Amarelo

5 de set.
3 min de leitura

“Falar sobre dor é um ato de coragem. Escutar, um ato de amor.”

Setembro Amarelo nos lembra da importância de falar sobre saúde emocional, mas também de escutar o silêncio — o nosso e o do outro. Muitas vezes, o sofrimento não encontra palavras; ele se manifesta no corpo, na respiração curta, na tensão acumulada, na falta de energia ou no olhar distante. É o corpo que fala quando a alma pede socorro.

Na psicoterapia somática, aprendemos a perceber esses sinais sutis e a criar espaços de escuta profunda, onde emoções podem existir sem julgamentos. Quando paramos para sentir o que está vivo em nós, iniciamos um movimento de reconexão com a vida. Acolher o corpo é também acolher a história que ele carrega.

Falar sobre suicídio ainda é delicado, mas o silêncio pode aprofundar a dor. O Setembro Amarelo nasceu para trazer luz ao que muitas vezes fica escondido. Informar, conversar e criar ambientes seguros para que as pessoas possam expressar suas dores pode salvar vidas. A prevenção começa com presença e escuta.

Por isso, é importante estarmos atentos aos sinais que nós e os outros emitimos. Mudanças bruscas de comportamento, isolamento repentino, falas frequentes sobre cansaço ou desânimo, perda de interesse por atividades que antes traziam alegria… tudo isso pode indicar que algo precisa de cuidado. Estar próximo, ouvir com o coração e oferecer apoio pode fazer diferença. Às vezes, mais do que palavras, o que salva alguém é sentir que não está sozinho.

O cuidado, porém, não começa apenas no outro, ele nasce dentro de nós. Cultivar o autocuidado e fortalecer a rede de apoio são gestos que nutrem a vida emocional.

Pequenos rituais podem ajudar:

Respirar profundamente ao acordar
Escrever livremente sobre o que sente
Buscar espaços onde seja possível ser quem se é, sem máscaras.
Pedir ajuda também faz parte do cuidado. É um ato de coragem e humanidade.

E, mesmo quando tudo parece pesado, é importante lembrar: há caminhos possíveis. Cada respiração traz a chance de recomeçar. Cada encontro pode oferecer cura. Cada gesto de acolhimento pode abrir uma nova perspectiva de vida.

“Você importa. Sua história importa. Sua vida importa.” 💛

Se hoje você sente que carrega um peso difícil demais, não precisa enfrentar sozinha.

Compartilhar o que sente, procurar ajuda profissional da psicologia, da psiquiatria ou conversar com alguém de confiança pode ser o primeiro passo. E, se alguém ao seu redor atravessa um momento de dor, esteja presente.

Escutar, acolher e oferecer companhia são formas de salvar vidas.

Você não está só. Sempre existe alguém disposto a escutar, acolher e caminhar ao seu lado. A vida encontra novos significados quando partilhamos nossa dor. 🤍

Que este mês seja um lembrete de que a vida é movimento e que mesmo os dias mais escuros podem dar lugar à luz. Há caminhos, há esperança, há encontros que curam.

Nesse momento:

"Feche os olhos por um instante e respire profundamente.

Sinta o ar entrar e sair, como um lembrete silencioso de que você está aqui, agora.

Perceba o seu corpo, o peso dos pés no chão, o movimento suave do peito que se expande.

Mesmo que haja dor, há também vida pulsando em você.

Permita-se sentir… e lembrar que pedir ajuda também é um ato de coragem.

Você não está só. Há caminhos, há mãos estendidas, há esperança.

A vida pode florescer, mesmo em meio às tempestades" 🌻

Se precisar ligue:

🌿 CVV – Centro de Valorização da Vida: ligue 188 ou acesse www.cvv.org.br.