A INTELIGÊNCIA BIOLÓGICA DO CORPO: CICLOS, MEMÓRIAS E RECOMEÇOS

22 de ago.
3 min de leitura

"Cada estação da vida deixa marcas no corpo; cada flor que nasce é um recomeço silencioso."

Stanley Keleman nos lembra que somos como uma planta que floresce a cada estação. Assim como a natureza, não somos estáticas. Formamos corpos, eus e personalidades diferentes ao longo da vida, que se sobrepõem, dialogam e, às vezes, entram em conflito.

Dentro de nós vivem muitas versões:

a criança que fomos, com seus medos e encantamentos;
a adolescente, com sua sede de descobertas;
a adulta que hoje somos, com suas responsabilidades e aprendizados.

Todas elas permanecem aqui, tecidas pela biologia, pelas experiências, pelas marcas do tempo e pelo modo como nos relacionamos com a vida.

Corpos que florescem por dentro

Assim como uma planta floresce a cada estação, também nós desabrochamos diferentes corpos ao longo da existência.

Alguns são visíveis: o corpo público, social, aquele que mostramos ao mundo. Outros são íntimos: o corpo privado, que guarda segredos, dores e memórias.

Há um corpo racional, que busca entender, e um corpo não racional, que sente antes mesmo de pensar. Reconhecer essa multiplicidade é um ato de compaixão. Significa acolher a tristeza da adolescente que ainda mora em nós, a coragem da mulher adulta que seguimos nos tornando e o silêncio da criança que um dia fomos.

O corpo é espelho das estações internas

Nosso corpo guarda memórias, emoções e movimentos que acompanham nossos ciclos internos. Às vezes, ele pede silêncio. Outras vezes, pede expressão, criação, movimento.

Quando o escutamos com presença e gentileza, percebemos que há um diálogo constante entre o que sentimos e o que vivemos.

Em processos terapêuticos, esse olhar para o corpo se torna um mapa precioso. Muitas mulheres relatam sensações físicas ligadas às fases da vida: tensões, rigidez, cansaço — mas também leveza, expansão e prazer. É como se cada estação interna deixasse sua marca no corpo, pedindo para ser reconhecida.

Escutar o corpo é, de certa forma, escutar a alma. Ao fazer isso, encontramos pistas sobre o que precisamos soltar, nutrir ou acolher para seguir florescendo.

Florescer muitas vezes

Aprender a escutar essas diferentes vozes internas é honrar a inteligência biológica do corpo e nos aproximar de quem realmente somos. Talvez o grande convite da vida seja esse: florescer muitas vezes.

O florescer da coragem, depois de um tempo de medo.

O florescer da leveza, depois de atravessar dores profundas.

O florescer da autenticidade, quando deixamos de caber em expectativas antigas.

Não há limite para quantas vezes podemos florescer. A cada estação, uma nova versão de nós mesmas pode nascer — mais próxima, mais inteira, mais verdadeira.

Um convite à pausa

Somos parte da natureza. Somos corpos em movimento, corações que atravessam invernos e primaveras, espíritos que se renovam a cada ciclo. O milagre está justamente nisso: florescer não é um acontecimento único, é um presente que a vida nos oferece muitas vezes.

Talvez o convite seja este:

Pare um instante.

Feche os olhos.

Respire fundo.

E se pergunte:

✨ Quem você foi?

✨ Quem você é agora?

✨ Quais corpos ainda desejam florescer dentro de você?

Permita-se acolher seus silêncios, seus recomeços, suas metamorfoses. Há sempre um novo florescer esperando por você.

Se este texto ressoou com você, dê a si mesma um instante de pausa. Respire, perceba o seu corpo e sinta o milagre de simplesmente existir.

✨Fico feliz que tenha chegado até aqui!

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