A RELAÇÃO ENTRE AS EMOÇÕES E O EQUILÍBRIO INTESTINAL
- 21 de jul. de 2023
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Atualizado: 23 de set. de 2024

Nunca antes tinha sido revelado com tal claridade a enorme verdade que encerra o aforismo "somos o que comemos". Porque nunca antes tinha visto tão claramente que o medo, a ira, o amor, a felicidade, a paz do espírito, o equilíbrio emocional. (em definitivo, o que somos e o que vivemos) são assuntos das vísceras e que talvez, nelas habite e se expresse o esquivo subconsciente. Até há pouco tempo acreditava-se que o comando absoluto sobre o resto dos órgãos era exercido pelo cérebro, que desde o alto dirigia, por exemplo, a atividade intestinal. Assim, o intestino era considerado pela ciência tal qual mero subordinado que acatava as ordens desse chefe todo poderoso que habita a zona nobre da torre. Contudo, hoje se sabe que o intestino tem o mesmo grau de importância que o cérebro cranial. Isso é assim, a ponto de que se fala de um segundo cérebro e não em sentido metafórico. O intestino é, literalmente, nosso segundo cérebro.
Se você já sentiu dor de barriga em momentos de ansiedade ou estresse, saiba que não foi pura coincidência. Cérebro e sistema digestivo estão conectados, por isso as suas emoções influenciam no seu bem-estar intestinal, assim como a alimentação impacta a saúde dos neurônios.
O cérebro está sempre trabalhando, até mesmo quando estamos dormindo. Ele controla nossos pensamentos, respiração, movimentos, batimentos cardíacos e sentidos. Por isso, requer um suprimento constante de combustível, que vem da alimentação. Assim, tudo o que consumimos afeta a estrutura e funções do cérebro.
Existe uma comunicação constante entre o cérebro e o intestino. Sinais enviados pelo cérebro podem modificar a movimentação, o funcionamento e a sensação de bem-estar do sistema digestivo. É por isso que quando estamos com medo ou nervosos, por exemplo, sentimos um friozinho na barriga.
O intestino, por sua vez, envia mensagens ao cérebro que podem afetar o comportamento, as emoções, o estresse e a dor. Não é à toa que o intestino é chamado de “segundo cérebro”.
Essa relação bidirecional, chamada de “eixo cérebro-intestino'', é regulada por hormônios e neurônios, assim como pelo sistema imunológico, e é vital para a homeostase, a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções, como comer e dormir.
Para funcionar corretamente, o cérebro precisa do melhor combustível disponível no mercado, ou seja, uma dieta saudável e balanceada. Comer alimentos de alta qualidade, que contenham vitaminas, minerais e antioxidantes, nutre o cérebro e o protege do estresse oxidativo, os famosos radicais livres produzidos quando o corpo usa oxigênio. Esses radicais podem danificar as células e provocar problemas cognitivos e de memória ao longo do envelhecimento.
Da mesma forma, ao ingerir alimentos de pouca qualidade, o cérebro pode ser danificado. Alimentos ricos em açúcares refinados, por exemplo, são prejudiciais. Além de piorar a regulação da insulina pelo corpo, promovem inflamação e estresse oxidativo, segundo publicação da Escola de Medicina da Universidade, nos Estados Unidos. Diversos estudos encontraram uma correlação entre uma dieta rica em açúcares refinados e função cerebral prejudicada, além de piora dos sintomas de transtornos de humor, como a depressão.
A saúde da microbiota também é importante para o bom funcionamento do intestino e, por consequência, do cérebro. Você provavelmente já ouviu falar das bactérias do bem, microrganismos que compõem a nossa flora intestinal e desempenham papel importante na modulação do sistema digestivo, imunológico e diversas outras funções.
Estudo de 2012 realizado por cientistas da University College Cork, na Irlanda, por exemplo, afirma que a microbiota intestinal tem papel importante na modulação do comportamento e do humor. A pesquisa também demonstra que uma ruptura em sua composição pode contribuir para diversas doenças, inclusive distúrbios do sistema nervoso central. Da mesma forma, o estresse, inclusive nos primeiros anos de vida, pode alterar a composição da microbiota e prejudicar a fisiologia do corpo mais tarde.
Assim, uma alimentação adequada e propícia para o desenvolvimento da flora intestinal é fundamental também para a saúde do cérebro.
Tudo o que você coloca no prato tem impacto direto na saúde do cérebro. Ficar atento à alimentação adequada é fundamental em todas as fases da vida.
Como anda sua alimentação?
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Com carinho,
Maria Cecília Fagundes Brasil
-Psicóloga Clinica | CRP 08/37354
-Psicoterapeuta de Mulheres
-Especialista em Psicoterapia Somática | saúde integral
-Especialista em Trauma e Estresse Pós-traumático
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REFERÊNCIAS:
Mind-altering microorganisms: the impact of the gut microbiota on brain and behaviour - University College Cork, Irlanda - 2012.
Harvard Health Publishing - Harvard Medical School. Mediterranean diet linked to lower inflammation, healthy aging.
Souzedo FB, Bizarro L, Pereira APA. O eixo intestino-cérebro e sintomas depressivos: uma revisão sistemática dos ensaios clínicos randomizados com probióticos. J. bras. psiquiatr. vol.69 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2020 Epub Dec 04, 2020.




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