ESTRESSE E SEU IMPACTO NA MENTE E NO CORPO
- 22 de mar. de 2024
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Atualizado: 3 de mar.

Mais um dia de correria. Você faz uma pausa e tenta encontrar um nome para o que está sentindo. A única palavra que passa na sua cabeça é: estresse. Isso já aconteceu com você?
Nós tendemos a nos esquecer do nosso corpo quando levamos vidas muito ocupadas. Porém, às vezes, ele nos dá sinais quando tiramos um tempinho para nos observar. Em tais momentos, podemos perceber tensão em diferentes partes de corpo e a sobrecarga devido ao excesso de estímulos. Podemos ainda sentir que nossos músculos faciais precisam relaxar depois de todas as expressões que fizemos ao longo do dia. Essas são apenas algumas das maneiras para identificar o impacto do estresse em nosso corpo no fluxo da vida diária.
Além de do corpo, o estresse também pode ter impacto em nossas mentes, estados psicológicos, relacionamentos e muito mais.
Sim, estresse é uma palavra comum e usada com bastante frequência por muitos de nós. "Estou estressada". "Tive um dia tão estressante". "O médico disse que meus sintomas eram de estresse". Algumas dessas frases soa familiar para você?
Para conhecer este estado tão presente em nossas vidas, devemos primeiro analisar o que ele significa e os padrões que o alimentam. Esse entendimento nos ajuda a reduzir o impacto do estresse nos diferentes aspectos da nossa vida.
Quando o corpo percebe uma ameaça ao seu bem-estar físico e psicológico, ele reage, e o estresse está intimamente relacionado a essa resposta. Uma combinação de reações fisiológicas do cérebro, dos hormônios, do sistema imunológico e de muitos outros órgãos cria o fenômeno que chamamos ESTRESSE.
Para entender melhor o que ele significa, precisamos saber duas coisas: a primeira é que ele está relacionado a um mecanismo desenvolvido para nos proteger e, a segunda, é que ele nem sempre se manifesta de forma visível. Em outras palavras, a resposta ao estresse existe para a nossa proteção, e não para nos prejudicar, mas nem sempre percebemos essa proteção.
Mas por que um mecanismo de proteção pode oferecer tantas dificuldades para nós? A resposta está na diferença entre ESTRESSE AGUDO e CRÔNICO.
O estresse agudo é uma reação repentina e de curta duração a algo que nosso corpo percebe como uma ameaça. Entretanto, quando não conseguimos encontrar uma solução e estamos diante dessa ameaça por um longo tempo, nossa resposta ao estresse se torna crônica e traz com ele os desafios que já conhecemos.
Devemos ter em mente que a resposta ao estresse não se trata apenas de eventos externos singulares, mas também está intimamente relacionada com nossas crenças a respeito de nós mesmos e da vida em geral.
Estas crenças moldam significativamente a forma como damos sentido às situações que encontramos. Podemos nos pegar dizendo coisas para nós mesmas como: "Tenho que superar tudo sozinha, ou não sou capaz o suficiente, não importa o que faça", ou "Tudo o que eu faço tem que ser perfeito", ou "Se eu expressar meus sentimentos, as pessoas não vão me aceitar”, e assim por diante. Crenças básicas como essas podem realmente contribuir para uma experiência crônica e intensa de estresse.
Muitas vezes. nosso sucesso e valor na sociedade são determinados pelo que fazemos e isso nos encoraja a estar constantemente em movimento, a sermos autossuficientes, a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e tudo tem que ser perfeito.
Quando nossas experiências e aprendizagens passadas são influenciadas por tais mensagens, pode ser mais difícil evitar o desenvolvimento do estresse crônico.
Esse modo mental cria em nós a expectativa de que nosso corpo dá conta de carregar um fardo que, na verdade, não dá. Essas expectativas irreais que criamos para nós, combinadas com as intermináveis exigências do mundo, abrem o caminho para um estresse intenso em nossas vidas. Porém, lá no fundo, nós não queremos viver mantendo um sistema que vai contra nosso bem-estar. Quando abraçamos esse anseio, deixamos de lutar por essa perfeição que não existe, aprendemos que o fracasso não equivale a fraqueza ou a falta.
Além disso, quando as pessoas ao nosso redor nos apoiam, sabemos que não estamos sós e passamos tanto a aceitar como a expressar mais livremente nossos sentimentos.
Por essa razão, é muito importante tentar compreender os fatores internos e externos que abalam o equilíbrio e a segurança do nosso corpo quando sentimos estresse.
Para isso, podemos nos perguntar o seguinte:
- Quais eventos, situações ou pessoas desencadeiam em meu corpo uma resposta ao estresse?
- Tais eventos, situações ou pessoas criam dificuldades e tensões semelhantes ao longo do tempo?
- Em tais momentos, eu reajo escondendo minhas necessidades e emoções, ou crio o tempo e o espaço para ouvir os sinais que me são dados pelo estresse que estou passando?
Os elementos mais importantes que provocam resposta aguda ao estresse são o desespero, a incerteza, a falta de informação e a perda de controle.
Qual desses sentimentos é o mais difícil para processar e quais recursos podem me ajudar a lidar melhor com essas situações?
Tenha em mente que um dos fatores mais importantes que faz o estresse agudo se transformar em estresse crônico é a dificuldade de lidar e deixar esse estresse passar despercebido ou ignorá-lo. Você deve ser capaz de pedir e receber ajuda sempre que precisar, e assim trabalhar essas dificuldades com ajuda de um profissional. Isso também significa deixar de tentar superar tudo só e estar ciente das crenças irreais a seu respeito que podem estar te impedindo de viver melhor.
Você consegue identificar essas crenças e procurar ajuda para mudá-las?
Seus hábitos e sua rotina são estressantes?
Você consegue perceber os malabarismos que anda fazendo para dar conta das suas múltiplas responsabilidades, o quanto a sua vida está acelerada ou comportamentos que não são bons para você e dos quais não consegue se desvencilhar?
Esses hábitos podem preparar o caminho para a tensão física e psicológica. Tenha em mente que o estresse nem sempre é perceptível. À medida em que você força seus próprios limites continuamente, você acaba destruindo seu bem-estar, assim como um rio destrói suas margens ao longo do tempo.
Separe um tempo para fazer um balanço de seus hábitos e de sua rotina, para identificar o que pode te deixar estressada. Este tipo de autorreflexão pode ser um passo importante para não deixar o estresse passar despercebido.
Além disso, criar um espaço para suas emoções é fundamental para determinar o papel do estresse em sua vida. E a psicoterapia pode te ajuda nisso.
Talvez você tenha deixado as exigências do mundo exterior passarem por cima de suas próprias necessidades. No entanto, seu corpo precisa de equilíbrio entre o mundo exterior e seu mundo interior. Caso um passe por cima do outro, isso pode impactar negativamente sua saúde e seus relacionamentos.
Seu bem-estar físico e psicológico depende do equilíbrio de diversas dinâmicas. Nossa rotina muitas vezes não ajuda na manutenção desse equilíbrio, e é por isso que você deve sempre lembrar que seu bem-estar está relacionado à sua autoconsciência.
O estresse é o alerta do corpo para a existência de um problema. E ele pode ajudar você a encontrar uma solução, desde que crie tempo e espaço para observar seus sentimentos e centralizar os sinais do seu corpo e do seu mundo interior. Esse momento de auto avaliação é imprescindível para evitar que o estresse se torne crônico.
Você consegue observar seus sentimentos e criar algum espaço só seu?





Ótimo!