NA TRISTEZA, NA RAIVA, NA DOR - há sempre uma emoção pedindo escuta
- 25 de jul.
- 4 min de leitura

Emoções difíceis não são inimigas: elas carregam mensagens sobre o que ainda precisa de cuidado dentro de nós.
Desde cedo, aprendemos a classificar nossas emoções: algumas são bem-vindas, outras são ignoradas, silenciadas ou até mesmo disfarçadas. Crescemos ouvindo que sentir raiva é feio, que chorar é fraqueza, que demonstrar frustração não combina com sucesso. Mas, na verdade, sentir é humano. Sentir é o que nos permite viver com profundidade.
Então, o que acontece quando passamos a acreditar que sentir é sinal de fracasso?
Muitas mulheres chegam ao consultório dizendo: “Eu explodi e me arrependi depois.” “Não consigo parar de chorar.” “Sinto um nó na garganta o dia todo.” “Meu estômago revira quando penso nisso.” Ou ainda: “Estou cansada de me sentir assim.”
Por trás de cada reação emocional existe uma emoção que não foi ouvida. Por trás de cada desconforto físico, muitas vezes há um pedido silencioso do corpo por acolhimento.
Emoções não são apenas reações passageiras. Elas carregam mensagens, revelam necessidades e apontam feridas. Quando negadas, intensificam o sofrimento, como uma dor física que, ao ser mascarada, se agrava.
Raiva, tristeza, medo, frustração, culpa… Todas essas emoções podem se tornar grandes demais quando passamos muito tempo tentando escondê-las, controlá-las ou racionalizá-las.
Imagine a frustração: além de ser desconfortável, muitas vezes ela é interpretada como incapacidade. E ao ver alguém que aparenta "dar conta de tudo", esse sentimento cresce como uma bola de neve. Surge a autocrítica, a culpa, a vergonha.
O sofrimento emocional nasce, muitas vezes, da interpretação que fazemos do que sentimos.
Por isso, aceitar nossas emoções não é um ato de passividade, mas de coragem. É reconhecer que não temos controle sobre tudo, e nem precisamos ter.
Ao permitir-se sentir, você começa a escutar:
O que essa emoção está tentando me dizer?
Que parte de mim está precisando de cuidado?
O que está desalinhado com os meus valores?
Quando evitamos emoções desagradáveis, criamos estratégias de fuga que nos afastam de nós mesmas. Já quando aceitamos e ressignificamos o que sentimos, ampliamos nossa consciência e abrimos caminho para transformações verdadeiras.
A psicoterapia não é sobre viver sem dor. É sobre compreender essa dor emocional, decifrar sua origem e aprender a navegar por ela. É sobre perceber que raiva pode ser um pedido de limite. Que tristeza pode ser um chamado por conexão. Que frustração pode apontar a necessidade de rever escolhas.
Nada do que sentimos é permanente.
Muitas pessoas, principalmente em momentos de ansiedade ou depressão, acreditam que aquela dor nunca irá passar. Mas passa. E quanto mais compreendemos esse ciclo, mais fortalecemos nossa capacidade de atravessar tempestades sem perder o nosso eixo. E quando criamos espaço para escutar essas emoções com presença e gentileza, elas perdem o poder de nos dominar e começam a se transformar. Regulação emocional não é sobre eliminar sentimentos difíceis, mas sobre aprender a caminhar com eles com mais consciência e menos sobrecarga. É agir com mais clareza e escolher caminhos mais saudáveis e alinhados aos nossos valores.
Porque, no fim das contas, nenhuma emoção é boa ou ruim. Elas apenas existem. E nos convidam, o tempo todo, a olhar com mais gentileza para dentro.
Um exercício simples para começar:
📿 Leve a mão ao coração ou ao abdômen e respire por alguns instantes.
📿Nomeie a emoção que sente, sem julgá-la. Por exemplo: “Estou sentindo raiva” ou “sinto tristeza”.
📿 Pergunte-se com honestidade: O que essa emoção está tentando me contar?
Talvez ela revele uma necessidade que não foi atendida, um limite que foi ultrapassado, uma dor antiga que voltou à tona. Ou talvez ela só precise ser reconhecida, como uma criança que chora no escuro e se acalma ao ser abraçada.
Escutar as emoções pelo corpo é um caminho de reconexão profunda consigo mesma. É um convite a sair do automático, silenciar as vozes críticas e honrar o que vive dentro, mesmo quando isso parece confuso ou intenso demais.
Alguma perguntas também podem te fazer refletir:
Existe alguma emoção que você se proíbe de sentir?
Quando se sente mal, você tenta esconder ou entender o que está sentindo?
Qual mensagem suas emoções podem estar tentando comunicar?
Que esse texto te inspire a escutar mais o que acontece aí dentro. Porque todas as emoções têm algo a dizer. E você merece se escutar com profundidade e amor. 💛
✨Fico feliz que tenha chegado até aqui!
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Espalhar consciência e afeto é sempre um bom caminho. ♡
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Maria Cecília Fagundes Brasil
-Psicóloga Clinica | CRP 08/37354
-Psicoterapeuta de Mulheres
-Especialista em Psicoterapia Somática | Saúde Integral
-Especialista em Trauma e Estresse Pós-traumático
-Atendimentos Online
Para me conhecer melhor acesse: https://www.ceciliabrasil.com/psicologademulheres
"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta."




Maravilhoso texto, como todos! Obrigada!