RELAÇÃO ENTRE O CORPO E O TRAUMA: um convite a escuta amorosa.

2 de mai.
2 min de leitura

"O que a voz cala, o corpo fala."

Mas... de que forma exatamente? E qual é a relação entre o corpo e o trauma?

Talvez possamos começar com uma pergunta simples:

Como você percebe que está ansiosa?

Talvez o coração bata mais rápido. A respiração fique curta. O sono, inquieto.

São sinais que surgem no corpo, mesmo quando a mente ainda não nomeia o que está acontecendo.

Isso porque o trauma não vive só na memória. Ele também se inscreve no corpo.

Quando vivemos uma situação traumática, nosso sistema nervoso reage para nos proteger.

É uma resposta automática, instintiva. O corpo libera hormônios do estresse, aumenta a pressão sanguínea, redireciona o fluxo de sangue para os músculos... tudo para garantir que possamos reagir com rapidez diante da ameaça.

Mas nem sempre conseguimos.

E quando não temos espaço para nos proteger ou sentir plenamente o que está acontecendo, o trauma se instala.

Ele permanece como uma sensação contínua de perigo, mesmo quando, racionalmente, sabemos que estamos seguros.

E quando isso não é resolvido, o corpo começa a se expressar.

A ansiedade, as tensões, as dores sem causa aparente, os sintomas persistentes — tudo isso pode ser a forma que o corpo encontra de “falar” o que a mente ainda não consegue dizer.

No início do processo de cura:

É natural não reconhecer, de imediato, os gatilhos que nos ativam.
E é completamente compreensível estranhar a ideia de que o corpo tem algo a dizer, e que pode ser um aliado nesse caminho.

Mas ele é.

O corpo, muitas vezes esquecido ou silenciado, é um participante essencial no processo de cura.

Aprender a escutá-lo, com carinho e respeito, é um passo importante para restaurar a sensação de segurança, de presença e de inteireza.

E você, como tem sentido seu corpo?

Fico feliz que tenha chegado até aqui!

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