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COMO SUPERAR UM LUTO TRAUMÁTICO

  • 1 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de mar.


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"Toda perda carece de luto para ser compreendida."




Quando falamos sobre luto, consequentemente falamos sobre trauma. Porque luto não é um simples problema a se resolver. É um acontecimento. Algo que muda a vida por completo, que pode ser ou não traumático. Sabendo disso, deixamos de romantizá-lo dizendo que é possível deixar tudo isso para trás. Mas, não é.


Muitas coisas precisam ser trabalhadas para dar conta do processo desnorteador que é o luto, para não deixá-lo traumático.


Ainda que doa, é preciso olhar para as feridas emocionais, cuidá-las e tratá-las. E isso pode levar algum tempo.

Quanto tempo? “O tempo que for preciso”, pois existe um período para a elaboração do luto. Não há um número exato que possa ser fixado como o tempo ideal para que esse luto seja feito, pois cada pessoa tem seu próprio ritmo e tempo de elaboração, precisa-se ter paciência, respeitar esse ritmo e tempo interno.


O luto é um evento que acontece na vida de quase todas as pessoas e que é acompanhado de muitas emoções e sentimentos, e pode ser traumático ou não. Quando o luto é considerado traumático, podemos dizer que é definido como a perda de algo (seja pessoa, animal, emprego, coisas materiais…) de maneira inesperada e repentina. Também pode ser definido como a percepção e interpretação traumáticas do processo de luto de uma pessoa, motivadas por fatores psicológicos ou sociais. Muitos sintomas e sinais de luto traumático são semelhantes aos observados no estresse pós-traumático.


Experiências na infância e o impacto dessas experiências no estado mental do indivíduo, como em todos os casos, estão entre os fatores do luto traumático. Além disso, dependência, reciprocidade e um senso de responsabilidade na relação da pessoa com a perda em si estão entre os fatores que desencadeiam o luto traumático. 


Segundo alguns estudos, existem 11 sintomas básicos de luto traumático. Eles devem ser distintos e contínuos. São eles: 

  • Não ser capaz de fazer sentido do futuro.

  • Estar emocionalmente não responsivo.

  • Sentir-se desconectado.

  • Sentir-se entorpecido.

  • Sentir-se chocado.

  • Sentir-se petrificado.

  • Dificuldade em aceitar a perda.

  • Sentir que a vida é sem sentido e vazia.

  • Não reconhecer que a vida poderia ter significado sem a pessoa que se foi.

  • Sentir que uma parte da pessoa se foi.

  • Sentir que o mundo está desmoronando.

  • Sentir-se insegura. 

  • Pensamentos falsos sobre ter prejudicado a pessoa que faleceu.

  • Raiva extrema, dor e desconforto sobre a morte.


Esses sintomas causam disfunção na vida social, ocupacional e em outras áreas do indivíduo, e pelo menos quatro destes sintomas devem estar presentes para que seja feito um diagnóstico.


 Algumas estratégias que podem ajudar durante o processo são:


  • Tome o tempo necessário: todas as pessoas são diferentes e experimentam o mesmo evento de uma maneira específica. Dessa forma, não existe um tempo que determina quando alguém se deve sentir bem. O importante é que cada pessoa viva o processo no seu ritmo, sem se sentir pressionada, respeitando seu tempo interno;

  • Aprenda a aceitar a dor e a perda: deve-se evitar procurar outras formas de ocupar o tempo e a mente, já que evitar pensar na situação, usando o trabalho ou a prática de exercício físico, por exemplo, pode acabar atrasando o processo de luto e prolongando o sofrimento;

  • Expresse o que sente: não é recomendável inibir emoções e sentimentos durante o processo de luto e, por isso, é recomendável expressar o que se está sentindo. Não deve existir vergonha ou medo para chorar, gritar ou falar com outras pessoas próximas ou uma psicóloga ou psiquiatra, não hesite em procurar ajuda;

  • Participe de um grupo de apoio: esta é uma boa opção para quem não deseja fazer sessões individuais com um profissional. Nestes grupos, várias pessoas que estão passando por situações semelhantes falam sobre o que estão sentindo e a sua experiência pode ajudar os outros;

  • Rodeie-se de entes queridos: passar tempo com as pessoas que se gosta e que têm histórias em comum para compartilhar, facilita o processo de luto, especialmente se estiverem relacionadas com a pessoa, animal ou o objeto que se perdeu.


Além destas estratégias, é sempre uma boa opção consultar um especialista, como uma psicóloga ou psiquiatra, que poderá avaliar o caso e sugerir outras opções para poder te acompanhar a superar melhor o processo de luto traumático.

Recomendo que conclua o seu processo de luto antes de fazer grandes mudanças na sua vida, já que inovações como mudar-se, começar um relacionamento romântico ou ter um filho podem atrasar e impedir a aceitação da perda.



Fico feliz que tenha chegado até aqui!

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Com carinho,


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Maria Cecília Fagundes Brasil 

-Psicóloga Clinica | CRP 08/37354
-Psicoterapeuta de Mulheres
-Especialista em Psicoterapia Somática | Saúde Integral
-Especialista em Trauma e Estresse Pós-traumático



"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta."

(Carl Jung)

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PSICÓLOGA & PSICOTERAPEUTA
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